A mineradora Samarco acaba de finalizar a primeira etapa das obras na Cava Alegria Sul, localizada no Complexo de Germano, em Mariana (região Central), que receberá parte dos rejeitos gerados na lavra da mina. A companhia prepara a área que terá capacidade para receber 9,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos oriundos do processo de beneficiamento do minério, quando forem retomadas as operações.
De acordo com a empresa, a cava é a estrutura resultante do processo de lavra e por possuir uma formação rochosa e estável, permite a contenção segura do rejeito. As obras tiveram início em outubro do ano passado e foram acompanhadas por auditoria independente.
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Trata-se da primeira etapa de preparação da Cava Alegria Sul para o recebimento dos resíduos. A segunda teve início há alguns dias e diz respeito à montagem eletromecânica do sistema de bombeamento de lama, rejeito e água. Esta segunda fase levará cerca de quatro meses para ser concluída.
“O término da primeira fase de obras do Sistema de Disposição de Rejeitos Cava Alegria Sul é um passo importante da nossa retomada. Nossa proposta é voltar diferente, o que reforça nosso compromisso com as comunidades e a sociedade. Vamos voltar de forma gradual, inicialmente com 26% de nossa capacidade produtiva, operar sem barragem para disposição de rejeitos e por meio da incorporação de novas tecnologias, tendo a segurança como prioridade. Só voltaremos após a implantação completa da filtragem”, ressaltou o diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.
Com a implantação das novas tecnologias, a lama gerada na exploração do minério de ferro, que representa cerca de 20% do total de rejeitos gerados, será processada e destinada à Cava Alegria Sul. A maior parte do rejeito, que corresponde aos arenosos e representa 80% do total gerado, será filtrada e empilhada a seco. Além disso, o processo de filtragem permitirá o reaproveitamento de água.
Paralelamente, o Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano está em andamento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O processo de licenciamento ocorre em razão da suspensão de todas as licenças operacionais da Samarco em outubro de 2016, em decorrência do rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, no fim de 2015. A expectativa da empresa é obter a LOC nos próximos meses.
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Procurada pela reportagem, a Semad informou, por meio de nota, que o projeto de utilização da cava está alinhado ao objetivo de proposição de outras tecnologias de disposição de rejeitos da mineração, conforme prevê a Lei Estadual 21.972/2016, não havendo impedimento legal ou administrativo à continuidade do processo de regularização ambiental. No entanto, a Pasta lembrou que o mesmo está em análise técnica dentro no processo de LOC do Complexo de Germano, que estão sendo avaliados em paralelo com o restante das atividades do complexo.
Ainda conforme a Semad, a previsão de finalização da análise técnica e deliberação pela Câmara Técnica da Câmara Técnica de Mineração do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) é para o primeiro semestre.
Filtragem – Por fim, segundo a Samarco, após a obtenção da LOC, a empresa poderá iniciar a construção da planta de filtragem dos rejeitos, o que levará ainda cerca de um ano para ser concluído. Desta maneira, deverá estar pronto para operação no segundo semestre de 2020.